sexta-feira, 28 de agosto de 2009
Teatro Popular Caracol se apresenta em Poá
quarta-feira, 5 de agosto de 2009
terça-feira, 4 de agosto de 2009
Teatro Oficina promove debate sobre a Lei Rouanet e o seu tombamento pelo Iphan
Na última sexta-feira, 24 de julho, o ministro da Cultura, Juca Ferreira, participou do 23º debate público para discutir a reformulação da Lei Federal de Incentivo à Cultura, a Lei Rouanet. O evento aconteceu em São Paulo, no Teatro Oficina, e contou com a participação de artistas, cineastas, produtores culturais, representantes de ONGs e de favelas da cidade.
Além do ministro Juca Ferreira, a mesa de debates contou com a presença do senador Eduardo Suplicy (PT-SP); do diretor do Teatro Oficina, ator, autor e produtor teatral José Celso Martinez, conhecido como Zé Celso; do presidente da Fundação Nacional de Artes (Funarte/MinC), Sérgio Mamberti; do secretário executivo, Alfredo Manevy; e do secretário de Políticas Culturais, José Luiz Herencia.
Logo na abertura das discussões o diretor do Teatro Oficina agradeceu a presença do ministro e elogiou as políticas culturais implementadas pelo MinC até o momento. “Hoje é um dia histórico, Juca já entrou para a história da Cultura e do teatro brasileiro”, afirmou o ator. Zé Celso também demonstrou seu apoio à reformulação da Lei Rouanet, para ele é preciso alterar a lei para possibilitar a democratização da Cultura.
Outro tema bastante debatido foi o Vale-Cultura e os participantes aproveitaram a ocasião para tirar dúvidas referentes ao Projeto de Lei que cria o benefício. “Não basta melhorar a qualidade econômica da sociedade, é preciso incorporar culturalmente a população e as mudanças propostas para a Lei Rouanet, o Vale-Cultura são parte desse processo”, explicou o ministro da Cultura.
Juca Ferreira também foi questionado quanto à demora na aprovação dos projetos culturais enviados ao MinC. De acordo com ele, a demora na aprovação se dá porque o ministério tem financiado cada vez mais segmentos e setores culturais. Em 2008, cerca de 3.700 projetos culturais foram aprovados em todo o país. Para sanar o problema o ministro lembrou do Edital de Credenciamento de peritos para análise e emissão de pareceres técnicos em projetos culturais do Programa Nacional de Apoio à Cultura (Pronac) - lançado na primeira quinzena deste mês -, para formar um Banco de Pareceristas . “Serão mais de mil pareceristas, o que deverá agilizar e melhorar a qualidade no julgamento das propostas”, disse.
Outra novidade trazida à tona durante o debate foi a informação sobre o possível tombamento do prédio que abriga o Teatro Oficina, na capital paulista. De acordo com o ministro, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan/MinC) deu parecer favorável ao tombamento do teatro. “Uma vez feito esse parecer, o processo vai para o Conselho Consultivo do Iphan, que não é um órgão governamental, embora estejamos a favor do tombamento a questão não depende apenas do ministério”, explicou.
Teatro Oficina
Fundado em 1958 por um grupo de alunos da Escola de Direito do Largo de São Francisco, sendo um deles José Celso Martinez Corrêa, hoje o principal diretor do Oficina e responsável pela formação de centenas de atores.
O Teatro Oficina distinguiu-se por ter absorvido, na década de 60, toda a experiência cênica internacional e foi neste lugar que seria lançado na Cultura brasileira o que ficou conhecido como Tropicalismo, estética ligada ao movimento antropofágico de Oswald de Andrade e que influenciou músicos, poetas e outros artistas.
Conheça o Blog do Tetro Oficina: blog.teatroficina.com.br.
(Texto: Grazielle Machado, Ascom/MinC)
(Fotos: Rafael Furquim/R2 Fotografia)
terça-feira, 9 de junho de 2009
Asdrúbal Serrano tem encontro com senador Eduardo Suplicy
quarta-feira, 6 de maio de 2009
Para sempre Augusto Boal
No Teatro de Arena de São Paulo, onde dividiu a direção com José Renato, adaptou o método de Stanislavski à realidade brasileira. Com a direção de "Ratos e Homens", de John Steinbeck, ganhou o prêmio de diretor revelação pela Associação Paulista de Críticos de Artes (APCA), em 1956.
Em 1964, Boal dirigiu o show Opinião, no Rio de Janeiro, que mais tarde inspiraria o nascimento do Grupo Opinião. Durante a ditadura militar, foi preso e torturado. Na década de 1970, enquanto esteve exilado em Lisboa, Boal difundiu o método Teatro do Oprimido na América Latina e Europa.
Em 2008, foi indicado ao prêmio Nobel da Paz devido ao reconhecimento de seu trabalho com o Teatro do Oprimido. No dia 16 de março do mesmo ano, atores, teatrólogos e militantes da cultura comemoraram pela primeira vez o Dia Mundial do Teatro do Oprimido. A data foi escolhida por ser a mesma do nascimento de Augusto Boal.
Sua atuação na cena teatral levou a Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura) a nomeá-lo Embaixador Mundial do Teatro pela Unesco em março de 2009. Boal é imortal pela sua extraordinária trajetória e forte presença na luta pelas causas libertárias.
sábado, 18 de abril de 2009
Augusto Boal para o Dia Mundial do Teatro
momentos especiais. São espetaculares como forma de organização social, e produzem espetáculos como este que vocês vieram ver.
Mesmo quando inconscientes, as relações humanas são estruturadas em forma teatral: o uso do espaço, a linguagem do corpo, a escolha das palavras e a modulação das vozes, o confronto de idéias e paixões, tudo que fazemos no palco fazemos sempre em nossas vidas: nós somos teatro!
Não só casamentos e funerais são espetáculos, mas também os rituais cotidianos que, por sua
familiaridade, não nos chegam à consciência. Não só pompas, mas também o café da manhã e os bonsdias, tímidos namoros e grandes conflitos passionais, uma sessão do Senado ou uma reunião
diplomática – tudo é teatro.
Uma das principais funções da nossa arte é tornar conscientes esses espetáculos da vida diária
onde os atores são os próprios espectadores, o palco é a platéia e a platéia, palco. Somos todos artistas: fazendo teatro, aprendemos a ver aquilo que nos salta aos olhos, mas que somos incapazes de ver tão habituados estamos apenas a olhar. O que nos é familiar torna-se invisível: fazer teatro, ao contrário, ilumina o palco da nossa vida cotidiana.
Em Setembro do ano passado fomos surpreendidos por uma revelação teatral: nós, que
pensávamos viver em um mundo seguro apesar das guerras, genocídios, hecatombes e torturas que aconteciam, sim, mas longe de nós em países distantes e selvagens, nós vivíamos seguros com nosso dinheiro guardado em um banco respeitável ou nas mãos de um honesto corretor da Bolsa - nós fomos informados de que esse dinheiro não existia, era virtual, feia ficção de alguns economistas que não eram ficção, nem eram seguros, nem respeitáveis. Tudo não passava de mau teatro com triste enredo, onde poucos ganhavam muito e muitos perdiam tudo. Políticos dos países ricos fecharam-se em reuniões secretas e de lá saíram com soluções mágicas. Nós, vítimas de suas decisões, continuamos espectadores sentados na última fila das galerias.
Vinte anos atrás, eu dirigi Fedra de Racine, no Rio de Janeiro. O cenário era pobre; no chão,
peles de vaca; em volta, bambus. Antes de começar o espetáculo, eu dizia aos meus atores: - “Agora acabou a ficção que fazemos no dia-a-dia. Quando cruzarem esses bambus, lá no palco, nenhum de vocês tem o direito de mentir. Teatro é a Verdade Escondida”.
Vendo o mundo além das aparências, vemos opressores e oprimidos em todas as sociedades,
etnias, gêneros, classes e castas, vemos o mundo injusto e cruel. Temos a obrigação de inventar outro mundo porque sabemos que outro mundo é possível. Mas cabe a nós construí-lo com nossas mãos entrando em cena, no palco e na vida.
Assistam ao espetáculo que vai começar; depois, em suas casas com seus amigos, façam suas
peças vocês mesmos e vejam o que jamais puderam ver: aquilo que salta aos olhos. Teatro não pode ser apenas um evento - é forma de vida!
Atores somos todos nós, e cidadão não é aquele que vive em sociedade: é aquele que a
transforma!